Numa manhã de 2016, abri a VEJA e li uma reportagem sobre uma start-up de “aluguel sem complicações”. Nessa época, eu e minha sócia estávamos ainda montando a imobiliária. Na mesma hora pensei: esses caras vão revolucionar o mercado. Sentei e mandei um e-mail perguntando se podíamos nos reunir para uma eventual parceria no Rio. Eles agradeceram e gentilmente declinaram. Afinal, pretendiam dominar o mundo a partir da Faria Lima. Fazer o que? De lá para cá, acompanhei os acertos e as ajudas que eles, indiretamente, nos deram, provocando mudanças que por vezes se revelaram saudáveis. Também antevi muitos erros que cometeram…
Em 2020, começaram a aparecer no meu radar vários anúncios, bem feitos, direcionados de uma tal Casa Mineira. Um novo portal que, desconhecido para mim, muitas vezes tinha uma melhor curadoria que as grandes, Zap e Viva Real. Aprendi que, vejam vocês, era mesmo uma “casa mineira”, uma imobiliária bem sucedida de Minas Gerais que tinha decidido ampliar e montar um portal de anúncios. Lá passamos a anunciar.
Logo em seguida, puff, em meio a esse monte de aquisições e na guerra tecnológica em pleno curso na mídia imobiliária brasileira (cadê o CADE rs), Casa Mineira e Quinto Andar se associaram.
Em dezembro passado, fomos procurados por uma representante dessa fusão. Eles resolveram mais uma vez “revolucionar o mercado” e estavam selecionando poucas imobiliárias, no eixo de quatro cidades, para testar um novo produto. Nele o foco é parceria. Nessa parceria um imóvel só pode ser anunciado uma vez, sem aquela repetição de anúncios do mesmo imóvel que tanto polui os portais, padronizando a forma de anunciar (com melhor qualidade de fotos) e tendo as imobiliárias locais como parceiras. Paramos para ouvir e, assim, viramos parte desse piloto.
Afinal, o mercado precisa atender o cliente e evitar ser predador e individualista.
O projeto é ousado, e ainda tem muito a ser aprimorado. Mas eles sabem disso e querem acertar. É meio caminho andado.
Desde então, estamos estudando essa parceria. Há duas semanas atrás, fomos a Belo Horizonte, e lá entendi o tamanho do desafio a que eles se propõem. Também entendi porque se diz que é preciso ficar com um olho no padre e outro na missa. É fato que o futuro é o bom uso da tecnologia integrando as relações humanas. E eles entenderam isso.
O grupo de imobiliárias convidadas para o encontro tinha uma grande diversidade, com velha guarda, nova guarda, alto luxo, imóveis modulares, em todos os bairros…
Passamos em cada andar para conhecer as equipes de atendimento. É um grupo jovem, bastante diverso, animado, gerido por mulheres firmes e atenciosas. Um mix inovador e democrático.
Só isso já é uma mudança expressiva, para uma mulher como eu que, advogada que sou, comecei num mercado onde se contavam nos dedos quantas mulheres havia numa mesa de negociação. Detalhe: estamos falando de 30 anos atrás, não de 100…
Não faço a menor ideia de como eles vão conseguir harmonizar todos nós e fazer esse trem andar. A vantagem é que esse problema é deles, que têm dinheiro em caixa e muita vontade de acertar.
Da nossa parte, estaremos comprometidas com o projeto, apontando as dificuldades que encontrarmos com o foco de viabilizar para os clientes, enfim, um marketplace que apresente produtos únicos, variados, mantendo o atendimento da NOVA, humanizado e diferenciado, que utilizará mais esse sistema para ajudar a girar os negócios de maneira mais ágil.
Vejamos.
P.S.: Quando estava voltando para o Rio, a Loft nos procurou. Está lançando um novo produto em parceria com as imobiliárias e gostaria de avaliar nosso interesse… Há uma mudança expressiva vindo por aí.